domingo, 31 de dezembro de 2006

FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO

Agora que o ano se vai...
Damos adeus...e acabou;
Esperamos agora o novo.
Usar o que Jesus ensinou;
Sabedoria de Deus Pai.

Ano após ano buscamos
Na vida o que é melhor;
O que tanto procuramos...

Vivemos na Santa Paz
Enquanto outros na guerra
Lamentam seus mortos
Hoje, o viver sagaz
Obscuro cais dos portos.

Façamos então um começo
Entre o passado e o futuro
Levantemos a espada sagrada
Incluindo o amor perduro
Zingrado de alma lavada.

Agora, que todos os povos se unam
Numa só corrente de prosperidade
Onicentes, para que além não sucumbam

Norteiem e distribuam a verdade
Ouvindo sempre o vosso coração
Vasculhem as gavetas da alma
Ostentem a razão e a emoção.

FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO !!!

Autora: Anna Müller

sábado, 30 de dezembro de 2006

Natal...

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
'Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Autor: Fernando Pessoa

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Poema de Natal

Percorro o dia, que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na minha pressa e pouco amor.
Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.
Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado...
Só esse pobre me pareceu Cristo.

Autor: Vitorino Nemésio

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Mas não nos detenhamos. Nunca!

Não podemos esquecer que a pele se enruga,
o cabelo embranquece,
os dias se convertem em anos...
mas o que é importantenão muda.
A nossa convicção e força interior
não têm idade.
Atrás de cada linha de chegada,
há uma de partida.
Atrás de cada conquista,
há um novo desafio.
Enquanto estivermos vivos,
façamos por estar vivos.
Se sentimos saudades do que faziamos,
porque não voltar a fazer?
Não se deve viver de fotografias amareladas.
Quando todos esperam pela nossa desistência,
continuamos.
Não vamos deixar que enferruje
o ferro que existe em nós.
Quando não conseguirmos correr atrás dos anos,
marchamos.
Quando não conseguirmos marchar,
caminhamos.
Quando não conseguirmos caminhar,
usamos uma bengala.
Mas não nos detenhamos.
Nunca!

Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Natal à beira rio

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

Autor: David Mourão-Ferreira

domingo, 24 de dezembro de 2006

Bom Natal

Para todos os companheiros e companheiros da Blogosfera,
para os leitores habituais,
para os visitantes de outros continentes enfim,
para todos os visitantes do "Rocha de Relva",
os meus votos de Bom Natal,
com muita paz, amor, esperança e alegria.
Quanto ao Novo Ano, ficam os votos para mais tarde,
para depois dos sonhos, das prendas,
do bolo-rei e das rabanadas.
Para todos um Natal de acordo com a mensagem do Presépio.

sábado, 23 de dezembro de 2006

História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Autor: Miguel Torga

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Fala-me de amor

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.

Autora: Natália Correia

domingo, 3 de dezembro de 2006

Urgentemente...

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Autor: Eugénio de Andrade
Foto cedida por: J.P.Medeiros

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Se tu viesses


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Autora: Florbela Espanca

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Outono


Há no firmamento
Um frio lunar.
Um vento nevoento
Vem de ver o mar.
Quase maresia
A hora interroga,
E uma angústia fria
Indistinta voga.
Não sei o que faça,
Não sei o que penso,
O frio não passa
E o tédio é imenso

Autor: Fernando Pessoa

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Um novo começo


Um novo começo
O dia enlaça um novo começo,
Uma nova caminhada
Alegre e desalinhada,
Contínua e preparada.
Pausa para meditar
Chegar mais ao fundo das coisas
Penetrar na essência do todo
E encontrar a imensidão do nada
Sonho não para divagar
Sonho para reflectir em voz alta
Despertar sem acordar
Dar asas sem chegar a voar
Hoje a minha alma sorri.
Sorri porque caminha
Caminha porque sonha
Sonha porque sorri.

Autor desconhecido

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Mais uma vez ... Outubro


De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

Autor: Natália Correia

sábado, 23 de setembro de 2006

As ilhas afortunadas
















Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutamos, cala,
Por ter havido escutar.
E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos,
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.
São ilhas afortunadas,
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.

Autor: Fernando Pessoa
In "A MENSAGEM"

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Confiança...


O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Autor: Miguel Torga

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Ouço ...


Ouço bater- é ela certamente
Que se arrepende e volta numa prece!
Ouço bater. Nao abro, não merece...
Pois que fique a bater eternamente!

A chuva cai frenética, docemente
O vento chora e, em gritos enraivece,
Tudo cá dentro escuta e estremece
Não abro não. Mentiu e ainda mente.

Não devo abrir!...Bem sei que não devia...
Mas a noite, meu Deus, está tão fria!
E se ela morre, ao abandono, assim?!

Vou abrir. Vou terminar meu tormento,
Ninguém, meu Deus, ninguém! Foi o vento,
Tragicamente a escarnecer de mim!...

Poesias de OLAVO BILAC

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Despedida


















Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Autora: Cecília Meireles

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Releio


Releio os versos que escrevi,
mudo os poemas de lugar,
folheio livros que já li
e sei que ainda há muito para escrever.
Tomo o gosto ao som das palavras,
tacteio a textura das cores
e viro-me para o papel sem sinais
onde quero escrever AMOR
com outras cores e sons.
A espera recomeça
e chega-me o eco das palavras
que todos já escreveram.
Afinal só falta escrever nada
ou tudo outra vez
com a voz a tremer
porque o poema é o pulsar da alma.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?

Autora: Cecília Meireles

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

O Farol

Brilham as pétalas de seda silenciosa das rosas quando
no leito da noite escura
sobre elas se passeiam os raios circulares do farol
O farol que acena às traineiras distantes
aos beijos ululantes das ondas invernosas
às estrelas além das nuvens fuzilantes na tempestade
Apaga-se de manhã a luz intermitente do farol do cabo
E as pétalas silenciosas de seda penitente
ficam pacientes à espera
que a noite lhes realce uma vez mais a majestade
E venham famintos os duendes
convidá-las para a última dança no adro.

Foto tirada na Maia - Santa Maria - 16/07/2006

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

É tempo ...


É tempo de estar e ser
docemente,
saber que tudo tem cor.
É tempo de querer
de receber e de dar.
É tempo de Amor!
É tempo de falar
e dizer o sentido da vida.
É tempo de um momento contido
derramado no teu olhar.
É tempo sem tempo de te amar.


Foto tirada a uma pintura num prato, oferecido
pela minha amiga pintora "Cacilda"

domingo, 30 de julho de 2006

Quando ...


Quando as palavras secam na garganta,
no momento exacto de as dizer
parecem rochas encrustadas na terra
impossíveis de as moldar.
Fico na impotente ansiedade
como náufrago, sem gritar.
Sei como são cruéis
e tiranas as palavras
que se recusam a pronunciar-se
naquele exacto momento
em que mais são precisas.
Quando me acontece contigo
substituo-as pelo olhar
e as mãos dizem o resto.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Escaladas


Há montanha
Que não desejo escalar
Apenas observar
Me apropriar
de sua beleza e imponência
Há rochedos
Que quero transpor
Encontrar o lado de lá
Conhecer e escolher
Meu contínuo devir de ser

Autora: Maria Angélica (4/04/2006)

quinta-feira, 29 de junho de 2006

As rosas...

Num instante
Desfolharam-se as rosas
Caíram as pétalas
Porque eu não podia esquecer as rosas
Procurámo-las juntos
Encontrámos rosas
Eram as suas rosas eram as minhas rosas
A essa viagem chamávamos amor
Com o nosso sangue e as nossas lágrimas fazíamos rosas
Que brilhavam um instante ao sol da manhã
Desfolhámo-las debaixo de sol entre silvas
As rosas que não eram as nossas rosas
As minhas rosas as suas rosas

P.S. E assim esquecemos as rosas.

Autora: nnannarella

sexta-feira, 23 de junho de 2006

As palavras que nunca te direi...


Procurei por sites e sites palavras para te dizer.
Encontrei mensagens lindas que tocam o coração,
encontrei músicas que dizem tudo,
mas não encontrei o que quero-te dizer...
São palavras que poucas pessoas podem compreender.
Algo que rime com coração ou solidão... não sei...
Procurei mas não encontrei a palavra certa para te dizer.
Não quero dizer-te o que toda a gente diz...
pois és demasiado especial para mim...
Não encontrei palavras que soem como uma canção,
que toquem o teu coração e que saibas compreender-me...
Então resolvi escrever esta mensagem para ti...
Por mais que tente dizer,versos e mais versos...
ou mensagens sem fim...
nunca serão o que quero-te dizer...
pois há palavras que nunca te direi...


Autor: Justine

domingo, 11 de junho de 2006

Rocha do Mar


Já uma vila dos Açores
Loze ligeira no horizonte.
Será num alto das Flores,
No Pico ou logo de fronte,
Espraiadinha num cume
Ou encolhida em Calheta?
O ser nossa é que resume
Seus amores de pedra preta.
Para vila da Lagoa
Falta-lhe a cidade ao pé,
A distância de Lisboa
Já não me lembro qual é.
Para Vila Franca ser
Falta-lhe o ilhéu à ilharga,
É airosa pra se ver,
Mais comprida do que larga.
Povoação não me parece,
Nos padieiros não condiz,
Aos camiões estremece,
Mas não aguenta juíz .
Pra Ribeira Grande falta-lhe
O José Tavares no quintal,
Rija cantaria salta-lhe
Dos cunhais, branca de cal,
Mas não é Ribeira Grande:
Essa merecia foral!
No dia em que haja quem mande
Será cidade mural.
Nordeste - só enganada
Na vista da Ilha Terceira,
Longe de Ponta Delgada,
Sua sede verdadeira.
Nem Vila do Porto altiva,
A mais velha da fiada,
Em suas ruas cativa
Como princesa encantada.
De cimento a remendaram,
Coroaram-na de aviões,
Mas eternos lhe ficaram
Os bojos dos seus tàlhões .
Se é a Praia da Vitória
Não lhe reconheço a saia:
Enchem-lhe a areia de escória,
Ninguém diz que é a mesma Praia.
Talvez seja Santa Cruz
Da Graciosa, ou a sua Praia,
Com o Carapacho e a Luz
Cheirando a lenha de faia.
De S. Jorge a alva Calheta
Ou a clara vila das Velas,
E o alto, alvadio Topo
Com um monte de pedra preta
Dando realce às janelas.
As Lajes ou o Cais do Pico,
A escoteira Madalena
Vilas são de vinho rico,
Qual delas a mais morena.
Santa Cruz das Flores seria
Essa vila açoriana
Ou as Lajes de cantaria
Do bom Pimentel soberana.
Finalmente, só o Rosário,
Que do Corvo vila é,
Pequena como um armário
Ou um chinelinho de pé.
Mas não é nenhuma delas,
Nem Água de Pau, que o foi,
S. Sebastião, ou Capelas,
Da Terceira arca de boi
Como a nossa Vila Nova,
Que nem chegou a ser vila,
Tão branca na sua cova,
Tão airosa, tão tranquila.
Ah, já sei! É delas, fundo,
Que o muro alvo se perfila
Contra os corsários do mundo
Que invejam a nossa vila,
Nosso povo, na folia
De uma rocha de mar bravo,
Que o Guião da autonomia
Só por morte torna escravo.

Autor: Vitorinio Nemésio, 24 de Abril de 1976

sábado, 3 de junho de 2006

O Livro ...


Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

Autora: Natália Correia
In:"Livro dos Amantes IX"

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Numa Noite de Luar


Numa noite de luar
A “Magia” nos envolveu,
Levou-nos pelo ar...
E o céu nos acolheu.

Aqueles raios brilhantes,
Que nossos corpos banhavam,
Não estavam tão distantes,
Já que ali nos ofuscavam.

E a Magia do luar
Desde logo nos abrangeu,
Foi apenas um lugar,
Onde tudo aconteceu.

Amor, carinho e paixão,
Uma magia infinda,
Penetrou no coração,
E cá permanece ainda.

Gostaria de não perder,
Esta magia radiosa,
Que fez tudo acontecer,
Numa noite maravilhosa.

Autora: Natália Vale
23.10.2004

segunda-feira, 22 de maio de 2006

The flower


While my lost soul is cruising the night,
you are flourishing
and shining for all that matters...
Sometimes I am so afraid,
to lose a contact with the light
he said
and I believed him
realising in his world
the light was a life
that was the moment
the shadows melted
like a snow flakes on a worm palm.

domingo, 21 de maio de 2006

Hino Santo Cristo dos Milagres


Glória a Cristo, Jesus, glória eterna,
Nosso Rei, nossa firme esperança,
Soberano que os mundos governa
E as nações recebem por herança.
Com o manto e o ceptro irrisório,
Sois de espinhos cruéis coroado,
Rei da dor, uma vez, no Pretório,
Rei de amor, para sempre adorado.
Combatendo, por vossa Bandeira
Que, no peito, trazemos erguida,
Alcançamos a paz verdadeira
E a vitória nas lutas da vida.
Só a vós, com inteira obediência
Serviremos com firme vontade,
Porque em Vós há justiça e clemência
Porque em Vós resplandece a verdade.
Concedei-nos, por graça divina,
Que sejamos um povo de eleitos,
Firmes crentes na Vossa doutrina,
Cumpridores dos Vossos preceitos.

sábado, 20 de maio de 2006

Mar Ciumento!


Olhando o céu cinzento
Que cobria o mar revolto
Entre a neblina vislumbrei
Aquele que muito amei
Logo após o aquele encontro.

Ao longe o mar bravio
Suas grandes ondas levantava
Batendo forte nas rochas,
Com um ciúme embravecido
De não me poder abraçar
E com ele
Para sempre me levar.

Lado a lado contemplámos
Aquela linda paisagem
De um mar tempestuoso
Que marcou nossa “viagem”
E nosso primeiro encontro amoroso.

Na praia daquele mar
Passeámos com a ilusão
De que nunca irá acabar
Esta tão louca paixão.

Autora: Natália Vale
17.08.2004

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Melancolia


Entrei no claustro: a fonte, como dantes,
Na bacia de mármore cantava
- Mas um vasto silêncio amortalhava
O triste casarão sem habitantes.

Irrompia do solo, vicejantes,
Flores silvestres, musgos, erva brava.
Esse convento morto transportava
Meu espírito a épocas distantes.

“Bons monges, acordai!”, com voz plangente
Exclamo então no claustro adormecido,
Que os séculos ungiam de tristeza.

Porém o meu apelo veemente
Só responde, num salmo dorido,
A aflita voz do vento que ali reza…

Autor: Roberto de Mesquita
(sob o pseudónimo de Diatribe, em 1922)



quarta-feira, 17 de maio de 2006

A minha casa...


Quando à tarde regresso à minha casa,
De espirito turvado pela vida,
Parece que me acolho sobre uma asa,
Que se abre para mim compadecida...

Queda-se então minha alma comovida,
Olhando na lareira o lume em brasa...
Um silêncio de nave recolhida,
Como gosto da paz da minha casa!...

A porta aberta àquele que vier,
E que, de alma lavada me trouxer,
A " Voz de Deus" em sua companhia...

Ao meu sabor aqui criei um mundo,
Que dia a dia, sinto mais profundo,
Nesta graça do céu que me alumia!...

Autor: Raposo de Lima

domingo, 7 de maio de 2006

A Concha



A minha casa é concha. Como os bichos
Segrequei-a de mim com paciência:
Fachada de marés, a sonho e lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.

Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.

E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta ao vento, as salas frias.

A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.


Autor: Vitorino Nemésio
In "Poesia (1935-1940)"

quarta-feira, 3 de maio de 2006

TU


Bebo este teu olhar doce.
As tuas lágrimas salgadas.
Respiro a verdade.
Sinto Paz.
Tudo parou à minha volta.
Só tu existes.
Tu és a primeira estrela, a brilhar na noite.
Tu és brisa, numa calida manhã de verão.
És a flôr a abrir na primavera.
Tu és tudo o que mais adoro,
Sim ...
TU.

terça-feira, 2 de maio de 2006

ESPERA


Estou à espera.
É tarde.
Surgem as primeiras estrelas,
Com elas a lua.
Um avião passa no meio de um relâmpago no céu.
Continuo a esperar,
Junto à janela vendo mar,
Ensanguentado,
Ferido.
Ragado pelos barcos que passam.
Que rumo levam.
Que abrigo os espera?
E ele não chega.
Mas ainda ... ESTOU À ESPERA!

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Mar Sonoro


Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz.
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho.
Seres um milagre criado só para mim.

Autora: Sophia de Mello Breyner
Foto tirada a 25/08/2004

domingo, 23 de abril de 2006

Pink Sunset!


Foto Tirada a 4/10/2005

Pensamento do Dia ...

"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha, é não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."

CHARLES CHAPLIN

segunda-feira, 17 de abril de 2006

When you feel lonely ...



"When you feel lonely,

look to the sky

and know that

I am somewhere

beneat that same sky

thinking of you

and wishing you were there

with me..."

A Vida ...

sexta-feira, 14 de abril de 2006

After the Sunset...

After the sunset...

Foto tirada a 21/08/2004.

sábado, 25 de março de 2006

L'ERREUR DU SOIR

L'ERREUR DU SOIR

Le soir découpe quelques albres que proposent,
Aveugles, leurs cannes blanches
À cette jeune file élegant et morose
Qui n'est pas un oiseau pour de pareilles branches.
Le soir a tort. Le soleil le relâche:
La pluie, en l'arrosant, fait son devoir de pluie:
Il vaut mieux des rameux à faire um I ou un H
Que cette erreur suivie.

À chaque goutte d'eau des mondes se cramponnent
Et líris que les perce a son arc détendu.

Autor: Vitorino Nemésio
In "Poesia (1935-1940)"

Fogo!


Pôr de sol na Rocha da Relva
O "meu" céu pegou fogo...
Foto tirada a 16/09/2005

sexta-feira, 24 de março de 2006

Dito Popular "O meu moço..."

O meu moço, quer um moço.
O meu moço, um moço tem.
O criado do meu moço.

Quer um moço também.

terça-feira, 14 de março de 2006

Da minha Janela


Pôr de Sol na Rocha da Relva
Visto da minha janela.
Foto Tirada a 17/09/2005.

Pôr de Sol na Rocha da Relva



Pôr de sol na Rocha da Relva.
O Pôr de Sol mais espectacular do mundo.
Que tal???


Foto Tirada a 29/07/2005

sexta-feira, 10 de março de 2006

Pensamento do Dia

Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar o contrário.
Albert Einstein