quinta-feira, 29 de junho de 2006

As rosas...

Num instante
Desfolharam-se as rosas
Caíram as pétalas
Porque eu não podia esquecer as rosas
Procurámo-las juntos
Encontrámos rosas
Eram as suas rosas eram as minhas rosas
A essa viagem chamávamos amor
Com o nosso sangue e as nossas lágrimas fazíamos rosas
Que brilhavam um instante ao sol da manhã
Desfolhámo-las debaixo de sol entre silvas
As rosas que não eram as nossas rosas
As minhas rosas as suas rosas

P.S. E assim esquecemos as rosas.

Autora: nnannarella

sexta-feira, 23 de junho de 2006

As palavras que nunca te direi...


Procurei por sites e sites palavras para te dizer.
Encontrei mensagens lindas que tocam o coração,
encontrei músicas que dizem tudo,
mas não encontrei o que quero-te dizer...
São palavras que poucas pessoas podem compreender.
Algo que rime com coração ou solidão... não sei...
Procurei mas não encontrei a palavra certa para te dizer.
Não quero dizer-te o que toda a gente diz...
pois és demasiado especial para mim...
Não encontrei palavras que soem como uma canção,
que toquem o teu coração e que saibas compreender-me...
Então resolvi escrever esta mensagem para ti...
Por mais que tente dizer,versos e mais versos...
ou mensagens sem fim...
nunca serão o que quero-te dizer...
pois há palavras que nunca te direi...


Autor: Justine

domingo, 11 de junho de 2006

Rocha do Mar


Já uma vila dos Açores
Loze ligeira no horizonte.
Será num alto das Flores,
No Pico ou logo de fronte,
Espraiadinha num cume
Ou encolhida em Calheta?
O ser nossa é que resume
Seus amores de pedra preta.
Para vila da Lagoa
Falta-lhe a cidade ao pé,
A distância de Lisboa
Já não me lembro qual é.
Para Vila Franca ser
Falta-lhe o ilhéu à ilharga,
É airosa pra se ver,
Mais comprida do que larga.
Povoação não me parece,
Nos padieiros não condiz,
Aos camiões estremece,
Mas não aguenta juíz .
Pra Ribeira Grande falta-lhe
O José Tavares no quintal,
Rija cantaria salta-lhe
Dos cunhais, branca de cal,
Mas não é Ribeira Grande:
Essa merecia foral!
No dia em que haja quem mande
Será cidade mural.
Nordeste - só enganada
Na vista da Ilha Terceira,
Longe de Ponta Delgada,
Sua sede verdadeira.
Nem Vila do Porto altiva,
A mais velha da fiada,
Em suas ruas cativa
Como princesa encantada.
De cimento a remendaram,
Coroaram-na de aviões,
Mas eternos lhe ficaram
Os bojos dos seus tàlhões .
Se é a Praia da Vitória
Não lhe reconheço a saia:
Enchem-lhe a areia de escória,
Ninguém diz que é a mesma Praia.
Talvez seja Santa Cruz
Da Graciosa, ou a sua Praia,
Com o Carapacho e a Luz
Cheirando a lenha de faia.
De S. Jorge a alva Calheta
Ou a clara vila das Velas,
E o alto, alvadio Topo
Com um monte de pedra preta
Dando realce às janelas.
As Lajes ou o Cais do Pico,
A escoteira Madalena
Vilas são de vinho rico,
Qual delas a mais morena.
Santa Cruz das Flores seria
Essa vila açoriana
Ou as Lajes de cantaria
Do bom Pimentel soberana.
Finalmente, só o Rosário,
Que do Corvo vila é,
Pequena como um armário
Ou um chinelinho de pé.
Mas não é nenhuma delas,
Nem Água de Pau, que o foi,
S. Sebastião, ou Capelas,
Da Terceira arca de boi
Como a nossa Vila Nova,
Que nem chegou a ser vila,
Tão branca na sua cova,
Tão airosa, tão tranquila.
Ah, já sei! É delas, fundo,
Que o muro alvo se perfila
Contra os corsários do mundo
Que invejam a nossa vila,
Nosso povo, na folia
De uma rocha de mar bravo,
Que o Guião da autonomia
Só por morte torna escravo.

Autor: Vitorinio Nemésio, 24 de Abril de 1976

sábado, 3 de junho de 2006

O Livro ...


Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

Autora: Natália Correia
In:"Livro dos Amantes IX"

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Numa Noite de Luar


Numa noite de luar
A “Magia” nos envolveu,
Levou-nos pelo ar...
E o céu nos acolheu.

Aqueles raios brilhantes,
Que nossos corpos banhavam,
Não estavam tão distantes,
Já que ali nos ofuscavam.

E a Magia do luar
Desde logo nos abrangeu,
Foi apenas um lugar,
Onde tudo aconteceu.

Amor, carinho e paixão,
Uma magia infinda,
Penetrou no coração,
E cá permanece ainda.

Gostaria de não perder,
Esta magia radiosa,
Que fez tudo acontecer,
Numa noite maravilhosa.

Autora: Natália Vale
23.10.2004