Ouço ...
Ouço bater- é ela certamente
Que se arrepende e volta numa prece!
Ouço bater. Nao abro, não merece...
Pois que fique a bater eternamente!
A chuva cai frenética, docemente
O vento chora e, em gritos enraivece,
Tudo cá dentro escuta e estremece
Não abro não. Mentiu e ainda mente.
Não devo abrir!...Bem sei que não devia...
Mas a noite, meu Deus, está tão fria!
E se ela morre, ao abandono, assim?!
Vou abrir. Vou terminar meu tormento,
Ninguém, meu Deus, ninguém! Foi o vento,
Tragicamente a escarnecer de mim!...
Poesias de OLAVO BILAC
Que se arrepende e volta numa prece!
Ouço bater. Nao abro, não merece...
Pois que fique a bater eternamente!
A chuva cai frenética, docemente
O vento chora e, em gritos enraivece,
Tudo cá dentro escuta e estremece
Não abro não. Mentiu e ainda mente.
Não devo abrir!...Bem sei que não devia...
Mas a noite, meu Deus, está tão fria!
E se ela morre, ao abandono, assim?!
Vou abrir. Vou terminar meu tormento,
Ninguém, meu Deus, ninguém! Foi o vento,
Tragicamente a escarnecer de mim!...
Poesias de OLAVO BILAC