terça-feira, 15 de abril de 2008

O Verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, tranformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e depertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

Autor: Vinicius de Moraes

2 comentários:

Maria P. disse...

A força do Verbo...

Gostei.

Maria disse...

Estiveste tanto tempo ausente que...
Gostei do teu regresso. E com um poema do Vinicius, que bom......

Beijo, Maria