Melancolia

Entrei no claustro: a fonte, como dantes,
Na bacia de mármore cantava
- Mas um vasto silêncio amortalhava
O triste casarão sem habitantes.
Irrompia do solo, vicejantes,
Flores silvestres, musgos, erva brava.
Esse convento morto transportava
Meu espírito a épocas distantes.
“Bons monges, acordai!”, com voz plangente
Exclamo então no claustro adormecido,
Que os séculos ungiam de tristeza.
Porém o meu apelo veemente
Só responde, num salmo dorido,
A aflita voz do vento que ali reza…
Autor: Roberto de Mesquita
(sob o pseudónimo de Diatribe, em 1922)
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